Wednesday, February 29, 2012

Parei o tempo.

Um dia o sol não nasceu ao fim da noite, ficou entre as estrelas apagadas e lembranças passadas.

Corre na janela pra ver o tempo parado na calçada, hoje a noite não termina... Se transforma em cinza.

Me declaro para o vento mas hoje ele não vai correr as notícias, elas já são velhas como boas noites de sono, o sol sempre chega antes de mim.

Deixa o sol sair.

Vai lá e começa tudo de novo, quem sabe assim as coisas se ajeitem, eu sou ruim pra me desligar das coisas, das pessoas, das lembranças.

Ver as coisas passadas se tornarem parte do passado, começar frases que não tem final, sapatear sentimentos sem música, engolir à seco as notícias do jantar e recomeçar, amanhã é um novo dia.

O sol nascer todos os dias é o que prova que reaprendemos a viver, é possível voltar a respirar... Morrer na lua, renascido ao sol.

Cartas.

Gosto de jogos que não se perde, prefiro me perder... mas só às vezes.

Desafios me deixam com mais vontade de ir atrás, mudar o placar é um bom motivo pra continuar.

Alguns querem muito da vida, fazer e acontecer pra provar seus próprios méritos, eu quero da vida o que ela me reservar de bom, não quero apartamentos e luzes neon, quero um cantinho, um carinho também, quero alguém que me faça bem, deixo pros desavisados sonhos em notas de cem.

Afago ao fogo.

Eu me apaixonei por uma garota, há anos atrás.

Talvez se não a tivesse conhecido hoje seria mais feliz, ninguém entenderia os meus porquês.

Ao lado dela eu aprendi o que era o tal amor que tanto falavam, aprendi a dar valor para o "olhar nos olhos", aprendi a ter um motivo pra gostar de tal lado da cama, acordar e saber que não importa a cor do céu ou se hoje termina o horário de verão... Aprendi que o mundo todo é pouco demais pro que se cabe em um quarto quando se tem porque não sair, aprendi a ser inteiro.

Deixei o mundo todo do outro lado da janela, deixei tudo... Só pra ficar com ela.

Eu vi o tempo passar, eu vi o céu e o inferno acontecerem na minha frente sem ter onde me esconder...

Tentei afogar tudo em um copo de mágoa pra não me afogar, olhei com outros olhos o mar, queria ir nadar.

Entre pensamentos e planos partidos ao meio eu caí, me levantei, ri, chorei, implorei para o mundo parar, corri pro mundo voltar a girar... Fiz tudo pra aprender a última lição.

Eu me fiz em pedaços tentando entender o porque, mas como se explica o que é morrer?

Às vezes é mesmo preciso morrer para entender.




"Depois de conhecer o inteiro,
Ninguém quer viver pela metade."

Monday, February 13, 2012

Sigo sem som.

Dizem que o carma de uma vida é o fardo a carregar, geralmente a ser enfrentado infinitamente, como Tom e Jerry, Papaléguas e Coyote, eu e o amor...

Meu fardo é ficar sozinho, justo eu... Posso mudar a casa, nome e cidade, posso continuar na fila de doação de agasalhos, quando o inverno chegar eu vou precisar deles, não importa quantos relacionamentos eu construa, não importa quantas amizades eu levante, não importa quantos sorrisos eu abra... Eu sempre acabo sozinho.

Estar sozinho nem é sempre ser sozinho, estar acompanhado nem sempre é se sentir junto. Aprendi com os altos e baixos da vida que não faz diferença você ficar ali parado no meio da pista se você não quer dançar, não são todas as pessoas que te beijam que te acompanham, não são todos os abraços que te acalmam... São as pessoas que os trazem.

Há anos eu passo a maior parte do tempo sozinho, mesmo não suportando ficar sem alguém, não é uma garota ou um amor que vão resolver meu problema... É me sentir sozinho no meio de tanta gente que não tem cura.

Adeus, meu amor.

O tempo passa e as pessoas começam a pensar diferente, começam a ver o mundo com outros olhos, eu sei o que é desejar o outro lado da vitrine, do lugar de onde vinha eu já até esperava terminarmos assim.

Eu sempre tive alguns medos muito convictos sem motivo, algumas coisas me apavoravam como se fossem reais... A maior parte delas se tornou real.

Tudo que eu vejo me lembra você, as músicas que eu coloco pra escutar, os filmes que eu tento assistir, os minutos que eu tento não pensar em nada, tudo... Tudo tem algum jeito de me levar a sentir saudade de você, lembra quando dissemos que nunca nos odiaríamos?
Pois é, eu te odeio...

Odeio ter um milhão de músicas pra lembrar de nós dois, odeio ter deixado tanto a minha vida em suas mãos que todas minhas manias lembram suas implicâncias, odeio ter te amado tanto que eu não tento te esquecer... Eu tento matar você.

Mas obrigado por ter me ensinado tanto sobre o amor, inclusive de que ele não vale nada pra uma pessoa só.

Esses textos não são pra você ler, não são pra se tornarem posts bonitos ou declarações de amor... Esses textos são pra sufocar, a mim.

Monday, February 6, 2012

Parafuso.

Hoje eu não queria escrever sobre amor, queria falar sobre coisas que realmente existem... Como chuva de final de tarde, o volume do alarme ou a canoa virar antiguidade.

Um sol e mais um pouco pra queimar, deixa o rio dos dias correr seu curso, vou deixá-lo levar todos pensamentos ruins daqui ladeira abaixo, derrubando as árvores e qualquer coisa que ficar pelo caminho.

A gente só sabe o quanto dói quando está sentindo, quando está queimando... Fumaça, papel, caneta e café, vou ficar uns dias fora do ar... Doce sonho.

Hoje eu não queria falar sobre o amor, desisti de assuntos inanimados como juras de amor no travesseiro... Histórias pra dormir, ou não deixar... Agora ela já me deixou, não me sobrou a opção.

Morri com um tiro no peito... vindo da pessoa que me ensinou o que era amar alguém.

Zero e um.

Começar de novo, replanejar tudo, reorganizar os móveis da casa, esvaziar o peito e respirar... não necessariamente nessa ordem.
O furacão deixou tudo de ponta cabeça nessa casa, até agora não encontrei meu coração nos escombros, as buscas continuam.

Somos como zero e um, separados por um milhão. Distância kilometrada em anos que voaram por vontade própria.

Todo número dividido por zero é igual a um, eu dividido por você sou igual a zero, na matemática que as coisas entraram fomos divididos por zero, mas só de um lado restou um.